Refigurar a vida-profissão: (auto)biografia, condições de trabalho e adoecimento
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Resumo
Esta tese se inscreve no campo da pesquisa (auto)biográfica, tendo como centralidade discussões sobre a relação entre processos de adoecimento, condições de trabalho docente e refiguração da vida-profissão, e como objetivos: 1. analisar processos de adoecimento de professores(as) do Ensino Fundamental e suas relações com as condições de trabalho; e 2. discutir como esses(as) professores(as) refiguram a vida-profissão mediadas pelo método (auto)biográfico, através de disposições que constroem para conviver com a doença e dos cuidados de si. Optou-se pelo método (auto)biográfico, utilizando-se a escrita de si como dispositivo metodológico. Este estudo se tece com as narrativas de cinco professores(as) da Rede Pública Municipal de Ensino de Valença (BA). A partir de uma leitura interpretativa-compreensiva das narrativas, sete unidades temáticas ganham relevo: origem social, entrada na profissão docente, gênero, cotidiano docente, experiências do adoecer, necessidade de reconhecimento e estratégias de defesa. Essas narrativas revelam modos e significados de viver experiências do adoecer no território do exercício docente, com a apresentação de diversos determinantes, gerais e específicos, no que tange à relação entre processos de adoecimento e as condições de trabalho docente. Com a análise cruzada, identificou-se como as professoras e o professor relacionam processos de adoecimento às suas condições de trabalho e, também, os seguintes problemas de saúde: quadros de angústia, estresse, trombose, dor de cabeça, deslocamento de mandíbula, enjoo, problema de voz, hipertensão arterial, problemas mentais. Suas narrativas evidenciaram possíveis implicações que o adoecimento laboral suscita – solicitação de mudança para outra escola, desejo de abandono da profissão, afastamento para tratamento, desvio de função – e pistas de ações possíveis para enfrentamentos em situações de acometimento de doenças e sofrimento patológico. Por fim, com base num projeto de refiguração da vida-profissão, esta tese propõe modos de reexistir na vida e no território docente, mediante estratégias de convivência com a doença e disposições de cuidado de si.