A exploração mineral por todo país tem causado transformações no cotidiano das pessoas que vivem nas proximidades das áreas exploradas. Essa pesquisa tem como objetivo compreender as principais transformações dessa atuação, tomando por base empírica os pequenos agricultores moradores do Povoado do Canto em Teofilândia, na Bahia. Estes trabalhadores de terra cultiváveis foram contratados pela empresa mineradora, quando esta chegou à cidade como promessa de mudanças nas suas vidas, com propostas compra de suas terras, de oferta trabalho e melhoria de vida para seus familiares. As relações que se estabeleceram entre trabalhador e empresa, entre empresa e desenvolvimento local ao longo da década de 1970 e 1980 mudaram a configuração da região, como também as formas e das relações de trabalho, da relação com a terra, e enfim, as maneiras de prover as condições de existência de uma gama de pessoas. A pesquisa discute estas modificações nos contextos de trabalho, nas novas relações estabelecidas e nos aspectos culturais e existenciais que são construídos. A metodologia adotada permitiu através das entrevistas uma re-construção da história local baseada principalmente nas vozes dos ex-trabalhadores, uma vez que eles são aqui considerados os protagonistas dos acontecimentos.