Prescrições e silenciamentos nos cadernos de língua portuguesa para professores/as do ensino fundamental de Salvador do projeto nossa rede: a educação das relações étnico raciais e a história e cultura afro-brasileira e africana na educação de salvador de 2015 a 2020
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Resumo
Esta é “uma pesquisa científico-poética, que traz a importância de contar a nossa história ‘por nós e com nós’, não a partir do racismo e sim por nossas pontencialidades”2 . A pesquisa analisa prescrições e silenciamentos nos cadernos de língua portuguesa produzidos para professoras/es do ensino fundamental pelo Projeto Nossa Rede, da Secretaria de Educação a partir dos significados atribuidos à Educação Das Relações Étnico Raciais e a História e Cultura AfroBrasileira e Africana na Educação de Salvador de 2015 a 2020. Para tanto, foram realizadas revisões de literatura acerca dos conceitos de cultura escolar, cultura material escolar, relações étnico-raciais, história e cultura afro-brasileira e africana. Em seguida, levantamos dados educacionais no sítio virtual da Secretaria Municipal de Educação (SMED) e na plataforma Nossa Rede. Constatamos a ausência de referências às professoras/pesquisadoras da rede municipal no sítio oficial da SMED, desta forma, adotamos uma postura de enfrentamento ao memóricídio e primamos por protagonizar a produção/intelectualidade dos/as mesmos/as como uma postura politico-social-educacional. Para tanto, priorizamos uma consulta ao banco de teses e dissertações da Universidade do Estado da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEDUC), por ser um dos programas nos quais mais encontramos pesquisas realizadas por mulheres que atuam na Educação Básica da Bahia. Incluímos ainda uma pesquisa no sítio virtual do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa. No percurso epidemiológico atravessado pela pandemia da COVID-19, a construção metodológica adotada privilegiou a evidência da cultura material disponível no material didático. Assim, a pesquisa constatou, dentre outras questões, que apesar do diferencial existente na predominância de representações de crianças negras, permanece, em alguns casos, a manutenção de estereotipos para com as mesmas. Percebeu-se ainda a manutenção de referências a personalidades não negras e aos homens em locais de destaque nos cadernos enquanto referencias à mulheres como Carolina Maria de Jesus foram relegadas a locais de menor prestígio, como os anexos dos cadernos. Salienta-se, entretanto, que alguns avanços significativos acerca da História e Cultura Afro-brasileira e Africana também foram encontradas no material analisado.