Educação de Jovens e Adultos: a juvenilização e as relações intergeracionais entre os sujeitos da EJA na Escola Municipal Sociedade Fraternal, Salvador-Bahia
Data
Autores
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Impulsionadas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 e do Parecer 11/2000, as instituições escolares municipais de Salvador passaram a receber um número significativo de adolescentes, sendo caracterizado como processo de Juvenilização na Educação de Jovens e Adultos; ao adentrar o espaço escolar, estes jovens se relacionam com pessoas mais velhas e essas relações intergeracionais mostraram, para esta pesquisa, o seguinte objetivo geral: Compreender se as relações intergeracionais entre os sujeitos influenciam a permanência deles ou não no ambiente escolar. Para ampliar essa discussão, foi desenvolvido o seguinte problema: Como a relação intergeracional na EJA pode influenciar a permanência desses indivíduos no espaço educativo? Esta pesquisa colocou em debate os seguintes objetivos específicos: Discutir o estudo do tema alicerçado no caso específico em foco nas turmas da EJA I; debater as relações intergeracionais na EJA e a questão da permanência baseado no referencial teórico específico; propor grupos via plataformas virtuais com os sujeitos da EJA para discorrer a temática das relações intergeracionais frente à permanência escolar. Para atender a tais objetivos o desenho metodológico da pesquisa foi de abordagem qualitativa, com objetivos exploratório-descritivo, procedimento estratégico participante e grupos focais; os instrumentos utilizados foram a observação e as entrevistas semiestruturadas. Constituíram-se sujeitos da pesquisa os estudantes de diversas faixas etárias da instituição. Os resultados, a análise e interpretação dos dados indicaram se as relações conflituosas entre os sujeitos da EJA influenciaram ou não na permanência escolar desses indivíduos. Dentre as temáticas analisadas, salientamos que o conhecimento adquirido em sala de aula foi o fator que mais atraiu essas pessoas ao espaço escolar; enquanto que a diferença de idade entre eles foi o que mais os incomodou. Com o processo de juvenilização, as relações interpessoais configuraram um cenário de embates e tensões, pois essas pessoas que se encontram na EJA trazem em suas bagagens conhecimentos de mundo. Para embasar esta pesquisa, na perspectiva da EJA, foram referenciados entre outros: Amorim (2007, 2012, 2017), Di Pierro (2016), Haddad e Di Pierro (2000) e Freire (1979, 1996, 2018). Para a categoria de juvenilização e conflitos geracionais citamos Arroyo (2005, 2008), Britto da Motta (2013), Dayrell (1996, 2003) e Ferrigno (2006). Para alicerçar a compreensão do processo da permanência desses sujeitos no espaço educativo, Jardilino e Araújo (2014), Ens e Ribas (2012) e Neves e Martins (2017) foram referenciados; para aprofundar nos procedimentos metodológicos da pesquisa, Creswell (2010), Flick (2009) Bogdan e Biklen (1994), Minayo (2015) e Brandão e Streck (2006) foram citados. Alguns teóricos como Paiva (1987), Dallari (2010) e Pinto (2007) foram tidos como relevantes para descrever a EJA à luz dos marcos históricos. Os resultados indicaram que o mais importante para esses sujeitos é o conhecimento adquirido no espaço escolar, enquanto o que mais os incomoda é a diferença de idade entre eles, onde o barulho dos jovens é fator determinante para que os mais velhos não permaneçam no ambiente escolar. É de suma importância enfatizar que é relevante a discussão e reflexão dessa temática para a modalidade EJA.