Trabalhadora doméstica sim, pedagoga também: escrevivências de estudantes negras trabalhadoras domésticas do curso de Pedagogia da UNEB Campus 1
Data
Autores
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Este Trabalho de Conclusão de Curso propõe tornar visíveis as escrevivências de mulheres negras trabalhadoras domésticas concluintes do curso de Pedagogia, escutando suas vozes e trajetórias de resistência na universidade pública. A pesquisa, de abordagem qualitativa, participante e exploratória, fundamenta-se na epistemologia feminista negra e na perspectiva decolonial. Utiliza-se da escrevivência, conforme Conceição Evaristo (2020), como método para revelar as marcas, memórias e potências dessas mulheres que fazem da educação um ato de reexistência e transformação. Esta pesquisa caminha de mãos dadas com o pensamento de mulheres que semearam saberes insurgentes: Gonzalez (1984), Evaristo (2005), Bento (2006), Cardoso (2012), Pacheco (2013), Hooks (2013), Costa (2015), Ribeiro (2017), Santos (2010) e Akotirene (2019). A partir de suas vozes, foi possível escutar, nas escrevivências das estudantes trabalhadoras domésticas, os ecos de uma dor ancestral marcada pela interseccionalidade das opressões de raça, gênero e classe — feridas abertas pelo racismo estrutural e pelas engrenagens excludentes do Estado. Este trabalho, portanto, se ergue como um gesto de afirmação: busca fortalecer as vozes que resistem e reexistem, dentro e fora da universidade, na luta por dignidade, oportunidades e vida plena para as mulheres que, entre vassouras e cadernos, escrevem seu próprio destino.