Diante do universo literário relacionado aos aspectos histórico-culturais de Angola, a escolha dos romances Estação das chuvas (2010) e O vendedor de passados (2018) de José Eduardo Agualusa objetivou analisar a construção identitária e aspectos da memória nos referidos romances. Para tanto, caracterizamos a literatura angolana, contextualizando-a aos aspectos históricos que constituem essa literatura, realçada por elementos da memória. Estabelecemos um estudo voltado à memória e à identidade dos momentos anteriores e posteriores à Independência de Angola, relacionando-os aos fragmentos dos romances trabalhados sob o viés da Literatura Comparada, que possibilita um estudo literário e uma exploração adequada de seus campos de trabalho e o alcance dos objetivos a que se propõe. Considerando esses aspectos, a literatura de Agualusa busca retratar a realidade mediante elementos fictícios, com o intuito de dinamizar as vozes sociais, constituindo uma importante ferramenta para denunciar os descontentamentos quanto aos aspectos individuais e coletivos no que dizem respeito aos angolanos.