Este trabalho sob título: EDUCAÇÃO RELIGIOSA EM DEBATE: Por uma práxis educativa pelo respeito à diversidade étnico-religiosa no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Bom Jesus da Lapa – Ba tem como fulcro investigar a práxis racista contra a diversidade étnico-religiosa, assim como abrir espaços de compreensão frente aos conceitos de intolerância religiosa sob a perspectiva de uma abordagem inclusiva ao ressignificar a intolerância religiosa em um racismo religioso por Nogueira (2020), posto que expressa um modus operandi (modo de agir) excludente revelado na estrutura institucional da civilização hodierna (Almeida, 2019), a qual se manifesta num modus vivendi (modo vivencial) da herança atávica da sociedade patriarcal, discriminativa e colonialista brasileira (William, 2019). Destarte, o escopo tem como justificativas as trajetórias pessoais (do pesquisador), no que se refere ao arcabouço necessário para o aprofundamento da discussão sobre o combate antirracista e a intolerância religiosa diante das demandas do racismo pessoal, institucional e estrutural no IF Baiano – Campus Bom Jesus da Lapa – Ba. Por conseguinte, apresenta-se como uma problemática: como desenvolver uma práxis educativa de inclusão e respeito à diversidade religiosa? Essa adversidade foi observada após embates, chistes e críticas às religiões de matrizes africanas como um processo sistemático de violência simbólica (Bourdieu, 1989). Não obstante, foram analisados as causas e os efeitos deste racismo e intolerância perante as religiões de matrizes étnico-religiosas (africanas e indígenas) sob a óptica da abordagem qualitativa em Minayo (2007). Nesta empreitada utilizamos a linha da pesquisa bibliográfica e documental em (Gil, 2002 e Marconi e Lakatos, 2003). A metodologia utilizada para a análise dos dados, foi obtida através de observações (Gil, 1994 e Freire, 1986), questionário (Lankshear e Knobel, 2008) tendo como fiel a análise de conteúdo (Bardin, 1977; 1979). Como referenciais teóricos capitais da escrita dos três artigos interrelacionados serão utilizados Nogueira (2020) e Fanon (2008) para intolerância religiosa e decolonialidade, Adichie (2019) e 1hooks (1995) ao ensinar a transgredir contra uma historicidade única e Almeida (2019) e Kilomba (2019) com histórias educativas e participativas contra o racismo estrutural e a favor da decolonialidade. Espera-se que este trabalho possa contribuir para o entendimento e desvelamento desta construção histórica racista, que implica no desrespeito religioso à tradição sagrada de matriz africana e indígena, sendo uma constante ingerência no IF Baiano – Campus Bom Jesus da Lapa - Ba e seu entorno (à cidade de Bom Jesus da Lapa – capital baiana da fé católica), visto que o possível cerne destas práticas de racismo religioso estarão atreladas a uma cultura judaico-cristã instada num projeto colonial de poder (das elites) sob o viés monoteísta judaico–cristão (excludentes), à medida em que explicita um epistemicídio (Santos, 2010) percebido na crueza da escravidão e do tráfico de pessoas do continente africano e ameríndio desde a colonização portuguesa (Gilroy, 2001). Sem embargo, o trabalho final apresentou um produto proveniente do processo de observação, pesquisa e intervenção, que foi fruto de diálogos com os integrantes tendo a sequência didática, o projeto de intervenção e um artigo abordando an passant (de passagem) os resultados da aplicação nesta instituição de ensino (IF Baiano Campus Bom Jesus da Lapa) para abarcar os fenômenos objetivos e subjetivos dos participantes perante à temática investigada.