Esta dissertação resulta da pesquisa apresentada ao Programa de Pós-Graduação (Stricto Sensu) em Educação de Jovens e Adultos – MPEJA, da Universidade Estadual do Estado Bahia. Como eixo norteador, o trabalho baseou-se na seguinte questão: qual é a percepção dos alunos da EJA, Tempo de Aprender II, do Centro Estadual de Educação Magalhaes Netto – CEA sobre a África, sua história e cultura afro-brasileira? Como percebem o racismo e o preconceito em seu cotidiano? E de que maneira sua participação em oficinas pedagógicas descolonizadora pode ressignificar essas percepções? Acrescida do objetivo geral: compreender a concepção que os estudantes desta modalidade têm sobre a África sua história e a cultura afro-brasileira, intervindo com uma formação sobre o estudo desse continente e suas relações com a história da cultura afro-brasileira. O projeto foi realizado com uma turma, sala com 14 estudantes, da EJA, Modalidade Tempo de Aprender II (E. M.), da instituição acima mencionada. Foram inicialmente investigados, as concepções e conhecimentos prévios, dos estudantes, sobre a África e da cultura afro-brasileira, após esse processo, foram selecionados, juntamente com os alunos, temas relacionados às demandas apresentadas, em seguida foram preparadas oficinas pedagógicas realizadas num período de seis encontros consecutivos. Foram abordados estudos relacionados à História da África e a existência do preconceito sobre a mesma, a Lei 10.639/03, os conceitos de racismo, preconceito, democracia racial foram tratados à luz de leituras de textos, a exibição de documentários e curtas, poemas e músicas, e produção de atividades escritas com os educandos. Os procedimentos metodológicos aplicados foi a pesquisa de intervenção, escolhido por permitir que o pesquisador compartilhe com os sujeitos da pesquisa, das etapas da investigação. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram: questionários aplicados aos discentes, diário reflexivo do pesquisador/observador; oficinas pedagógicas e a escrita da autoavaliação dos alunos. O desfecho das atividades atingiu o objetivo desejado. Os alunos que antes tinham uma visão negativa e estereotipada de uma África selvagem, cheia de miséria, doenças, guerras, negros, amplificados e moldados por uma educação colonizadora e também pela mídia, se surpreenderam com uma África com grandes construções urbana, com tantas personalidades famosas, Prêmios Nobel da Paz, atores/atrizes, músicos, escritores, modelos, negros e brancos africanos com destacados sucessos internacionais, assim como gente simples e comuns, como as que vivem em nossas cidades e constroem as suas/nossas histórias. As mudanças de concepções que repercutiram entre alunos através das respostas escritas e apresentadas em sala, foram visíveis. Resultados que faz recomendar esse tipo de trabalho pedagógico a todos os professores da Educação Básica, incluindo, e principalmente, os alunos da EJA.