Ethos e identidades de mulheres negras: discursivizações sobre cabelos crespos
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Resumo
O presente trabalho é um estudo sobre mulheres negras que resolveram parar de usar química para assumirem seus cabelos naturalmente crespos, fazendo deste ato um posicionamento político e de empoderamento, principalmente no que diz respeito à ressignificação de suas identidades como mulheres negras, divulgando e compartilhando suas experiências nas redes sociais, sobretudo através postagens no Facebook e Youtube. Diante disso, este trabalho tem por objetivo analisar materialidades discursivas – que tratam do cabelo negro – dadas a circular em épocas e espaços distintos, tendo em vista trajetos de construção de ethos e de identidades de mulheres negras. Pretende-se também estudar, sócio historicamente, as tendências de penteados dos cabelos crespos em espaços e épocas distintas. A metodologia utilizada envolve a pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo com base na Análise do Discurso de filiação francesa e tem como foco a noção de ethos discursivo. Esta pesquisa se ampara num contexto maior que compreende os estudos culturais e de gênero, que tratam de lutas e conquistas femininas e, principalmente, de mulheres negras no Brasil. O corpus, por sua vez, foi construído a partir de relatos de mulheres negras sobre seus cabelos crespos em redes sociais, tais como o Facebook e o Youtube, para, a partir disso, compreender, interdiscursivamente, sentidos produzidos por mulheres negras acerca da valorização de seus cabelos crespos e, em contrapartida, sentidos produzidos por sujeitos (negros e não negros) que “negam” essa valorização. Para tanto, foram utilizados como principais teóricos que fundamentam este trabalhos Amossy (2005), Maingueneau (2005), Althusser (1980), Davis (2016), Gomes (2003, 2008), entre outros.