Nos Teares da Imaginação de Ana Maria Machado
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Resumo
Na década de 1970, após um período de estagnação, com o boom da literatura infantil brasileira, uma nova tendência começou a ser delineada. Nesse novo quadro, despontam grandes escritores, dentre eles, Ana Maria Machado, um dos expoentes por criar uma literatura de linguagem extremamente cuidadosa. Ana conseguiu conciliar o que, em princípio, parecia se opor: o emprego de uma linguagem comunicativa que se nega ao hermetismo e o apelo a imagens poéticas que buscam o prazer estético, procurando tornar o texto acessível ao pequeno leitor e interessante ao adulto. Este livro, Nos teares da imaginação de Ana Maria Machado, teve por objetivo o estudo da memória na obra da autora com ênfase na novela Do outro mundo, produção infantojuvenil, pelo intercurso do narrador, procurando articular a memória das experiências vividas pela autora e a (re)construção, pela escrita, das sensações/impressões do vivido, atualizadas pelo sujeito que narra; plano em que se interpenetram o autor e o narrador. Na novela Ana Maria Machado torna possível o diálogo entre o que poderia ter sido, resgatado pela memória e interpretado pelo sujeito que escreve, e o que é (re)construído pelo narrador que no presente relata. Procurei, neste livro, focar a não linearidade da trama, cujos enlaces espaço/temporais se abrem à multiplicidade, articulando passado (memória da infância), presente (recriado) e futuro (imaginado), em arranjos que caminham pela sobreposição de planos narrativos. Nesse percurso em que o pretérito é (re)criado no presente narrativo, via autor que o atualiza na voz do narrador, procurei sustentação na teoria sobre o escritor criativo de Sigmund Freud (1908), na teoria sobre o fictício e o imaginário de Wolfgang Iser (1976, 1979) e na teoria da narrativa de Oscar Tacca (1983). O livro encontra-se divido em três partes. Antes, faço uma pequena introdução.