(En)cantos e (re)existências quilombolas: : turismo de base comunitária enquanto práxis educativa decolonial e transmoderna
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Resumo
Esta pesquisa teve como objetivo analisar as práticas socioculturais existentes no território quilombola do Quingoma (BA), contribuindo para a reflexão acerca do Turismo de Base Comunitária (TBC) enquanto práxis educativa decolonial e transmoderna. Para tal, por meio da pesquisa qualitativa e de abordagem etnográfica, foi constatado, a partir das vozes quilombolas, que o Samba de Roda, a Contação de História e a plataforma política de reivindicações da comunidade, dentre outras, constituem práticas socioculturais decoloniais que podem ser articuladas a projetos comunitários, tais como: Ciclo Turismo de Base Comunitária; Saraus; Oficina de Educação Popular Quilombola e cursos de História Local e (Afro) empoderamento. Logo, este mosaico de ações pode contribuir com o florescimento de um Turismo de Base Comunitária enquanto práxis educativa decolonial e transmoderna. Nesta tese, esta prática contra-hegemônica foi nomeada de Turismo de Semeadura, um canto de (re)existência quilombola, um movimento fecundo de renovação do mundo a partir da criação de políticas de embelezamento da existência. Portanto, conclui-se que o TBC protagonizado pela comunidade do Quingoma é uma práxis turística cujos processos educativos, além de serem distintos e antagônicos em relação à hegemonia da matriz colonial, posto que estão baseados numa cosmogonia ancestral afro e indígena, possibilitam a interaçãocrítica e ética entre culturas diferentes - do turista e da comunidade receptora - favorecendo o diálogo intercultural crítico, fundamental para a construção de ações de encantamento do mundo e uma visão transmoderna da contemporaneidade.