A Bela adormecida e a descoberta da infância: ressonâncias na literatura infantojuvenil
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Resumo
Este trabalho monográfico foi desenvolvido a partir de revisão bibliográfica e visa apresentar discussões acerca da “descoberta da infância” em obras da literatura infanto-juvenil, através da análise de diferentes versões do clássico A Bela Adormecida; deseja ainda, discutir de que modo essas versões reverberam as percepções sobre a infância enquanto personagem e público-alvo. A pesquisa perpassa pelo surgimento desse gênero, ocorrido entre os séculos XVII e XVIII, a partir da queda do sistema feudal. Até esse período, as obras eram destinadas aos membros da corte e narravam casos de incesto, adultério, entre outros temas de interesse adulto. Em determinado momento, os escritores passaram a pensar um gênero distinto, em que personagens e histórias tinham relação com o cotidiano infantil. Optou-se por este objeto de pesquisa, devido à aproximação do autor com as versões do conto, tanto nas vivências pessoais quanto pedagógicas, bem como devido à relevância de pesquisas nesta temática para a bibliografia do campo literário-pedagógico. Para a compreensão do processo da descoberta da infância e surgimento da literatura infanto-juvenil, foi realizada pesquisa bibliográfica a partir de Ariès (1981), Zilberman (1982), Cunha (1991), Nonnenmacher e Marangon (2008), além de Cavalcanti (2002). Observou-se que, através de algumas obras, é possível perceber o momento de adequação desses escritos, especialmente em contos de fadas e contos maravilhosos. Para corroborar com esta constatação, buscou-se analisar três diferentes formulações da história da Bela Adormecida. A primeira análise é a partir da obra Sol, Lua e Tália de Basile (1634), na qual ainda não se destinava ao público infantil. Em seguida, são analisadas as versões do conto a partir de Charles Perrault (1697) e dos Irmãos Grimm(1812), nos quais denotavam a construção de narrativas para o público infanto-juvenil. Este estudo conta também com discussões acerca das ressonâncias da literatura infanto-juvenil em outras linguagens, especialmente, do audiovisual, exemplificando a animação de A Bela Adormecida, por Walt Disney (1959), além do filme Malévola (2014). Por fim, observou-se o quão a literatura infanto-juvenil colabora com a percepção que os leitores têm acerca do mundo e das pessoas e, por isso, importa destacar a atenção sobre os temas e características abordados e evidenciados nas obras.