Tem dendê no hip-hop: identidade no cancioneiro do grupo de rap baiano Opanijé

Carregando...
Imagem de Miniatura
Data
2017-08-02
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade do Estado da Bahia
Resumo

Em 1974, criada a Universal Zulu Nation, o hip-hop passou a divulgar seus fundamentos – break (dança); grafite (pintura parietal); e rap (estilo musical com duas faces: o DJ, disc-jóquei, fonte do rítmo, e o MC, mestre de cerimônias, o cantor/letrista) –, linguagens artísticas unidas em recusa ao discurso hegemônico e para produzir pontes entre centro e periféria. Contudo, como estilo musical, o rap data da década anterior, quando sound systems animavam bailes nos guetos jamaicanos e seus frequentadores faziam intervenções com vários temas. Devido à crise econômica jamaicana, os pioneiros do gênero migraram para Nova-Iorque, EUA, passando a promover, na periferia negra do Bronx, festas de rua, onde emprestavam o microfone ao público, que improvisava discursos ritmados. Nas décadas seguintes, com a globalização, ícones da cultura negra norte-americana alcançaram internacionalização e o hip-hop, aliados em todo o mundo, assumindo novos significados em cada nova sociedade, sincretizando-se com outras matrizes culturais marginalizadas. Do aporte teórico da Literatura Comparada e dos Estudos Culturais, é possível entender que, na Bahia, o rap, se diferencia, contaminado pela capoeira, pelo Candomblé, pela axé music e, assim, não só se baianiza, como valoriza elementos culturais afrobrasileiros, convertendo-se em mosaico móvel de misturas oriundas de acordos locais, analisadas nas canções “Encruzilhada”, “Eu sou”, “Hoje eu acordei Mulher” e “valeu, Zumbi”, do grupo de rap baiano OPANIJÉ. Por isso, alguns rappers baianos veem a necessidade de reconhecimento de um afro-hip-hop devido às bases rítmicas e religiosas de matriz africana incorporadas às amplas possibilidades musicais do rap e ao aproveitamento poético de narrativas e simbologias do Candomblé como complemento aos motivos e linguagens militantes, algo só existente na Bahia.


Descrição
Palavras-chave
Citação
PEREIRA, Fernanda dos Santos. Tem dendê no hip-hop: identidade no cancioneiro do grupo de rap baiano Opanijé. Orientador: Ricardo Tupiniquim Ramos. 40f. Trabalho de conclusão de curso. (Licenciatura em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas) – Departamento de Ciências Humanas, Campus VI, Universidade do Estado da Bahia, Caetité-BA, 2017.
Palavras-chave