Relações de trabalho entre vaqueiros e fazendeiros no sertão de Jacobina no século XIX
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Resumo
Este trabalho analisa as relações de trabalho estabelecida entre vaqueiros e fazendeiros no sertão baiano do século XIX, tendo como intuito investigar as estratégias de ação e a cultura política dos vaqueiros em relação aos fazendeiros, partindo da premissa de que os vaqueiros tinham clara noção de sua condição de subalternidade, mas, mesmo assim, buscavam através das relações obter dos seus patrões vantagens para si e seus pares. Acredito ainda que tratar dessas relações significa reconhecer todas as extensões e ambiguidades, diferentemente do que foi propagado ao longo do tempo pela vasta literatura, pois o vaqueiro era visto apenas como um sujeito fiel e submisso, contrapondo-se a isso, o analiso englobando também os conflitos, as negociações e resistências. Para isso, utilizo fontes que possibilitam uma maior proximidade a essa relação: processos crimes sobre furto de animais, os quais proporcionaram acessar não somente aos embates mais contundentes, como também às mais diversas formas sutis presentes nas relações de poder e na política de dependentes. Assim, durante o decorrer da pesquisa foi se tornando cada vez mais evidente a importância do vaqueiro para o bom desenvolvimento da pecuária. E que para além disso, as relações estabelecidas apontaram, bem como os estudos mais recentes sobre a temática, que elas são muito mais complexas do que foi construído e defendido historicamente, pois não são permeadas apenas por afetividade, confiança e honra, mas também por conflitos e jogo de interesses. Dessa forma, não há como tratar tais relações sem suas extensões, complexidades e particularidades.