Representações sociais e cotidiano escolar: metáforas no/do/com/o espaço vivido e sua tessitura com o currículo praticado
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Resumo
O presente trabalho buscou problematizar a produção dos currículos no cotidiano escolar, a partir do conteúdo das representações sociais do espaço vivido, construídas por alunos do 5º ano de escolarização do ensino fundamental I, e suas implicações no fazer pensar compartilhado nas práticas pedagógicas dos praticantes pensantes da escola, norteada pela seguinte questão de pesquisa: Quais conhecimentos práticos inseridos no conteúdo das RSE, construídas por alunos do 5º ano de escolarização do ensino fundamental I, e suas implicações no fazer pensar compartilhado nas práticas pedagógicas dos praticantes pensantes da escola? Para tal, esta pesquisa foi desenvolvida a partir de uma multimetodologia distribuída em três percursos que envolveu a utilização do que chamei de dispositivos implicados da pesquisa como a evocação livre de palavras, hierarquização de itens, mapas afetivos, grupo focal, narrativas e sobreposição das informações coletadas que possibilitou a reiteração do entendimento do currículo como redes de conhecimentos e expressão da vida cotidiana. Adotando uma postura epistemológica de abordagem fenomenológica em que vivências e experiências são basilares, destacando, ainda, o envolvimento e participação constante do grupo de professoras e alunos da Escola, praticantes pensantes com a pesquisa, numa perspectiva de constante redimensionamento dos encaminhamentos do estudo. O campo da pesquisa foi a Escola Municipal Álvaro da Franca Rocha, localizada no bairro da Engomadeira, periferia da cidade de Salvador/BA. Interlocutores principais como Bomfim (2004, 2012), Alves (1998, 2001, 2002, 2003, 2007, 2008, 2015), Oliveira (2003, 2012, 2016), Ferraço (2000, 2003, 2008, 2011), Garcia (2003, 2010), Certeau (2014), Certeau, Giard, Mayol (2013), Bomfim (2010), Tuan (1980, 1983) e Moscovici (2012, 2013), entre outros estudiosos, são referências que, indispensavelmente, sustentam o fundamento teórico desta Tese. As informações coletadas e produzidas com o estudo evidenciam a emersão dos conhecimentos do senso comum tributários das Representações Sociais do Espaço Vivido, entendidos como conhecimentos práticos, dentro da escola, reformulando os currículos praticados por alunos e professoras. Estes conhecimentos, por sua vez, compõem redes de conhecimentos, ampliadas constantemente de forma prospectiva e que impactam nos currículos escolares uma vez que das representações sociais dos alunos sobre o bairro da Engomadeira, emergiram conhecimentos como solidariedade, violência moradia, histórias, tráfico, entre outros representativos do grupo social, que relacionam-se e ilustram metáforas por eles elaboradas em seus mapas afetivos como as do conflito, do contraste, do formigueiro, da cidadezinha e da montanha russa. De todo este processo, derivam algumas contribuições inseridas nas dimensões política, ética, estética, epistemológica e pedagógica, prenunciando alguns questionamentos e lacunas para estudos futuros, a partir da investigação aqui iniciada.