Tempo espiralar e insurgência poética quilombola: Uma análise dos cantos-poemas das comunidades quilombolas do Extremo Sul da Bahia
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Resumo
Os estudos sobre literatura e, em específico, poéticas orais, cartografam o apagamento das oralituras poéticas, sobretudo evidenciando a negação da performatividade do corpo vozeado, que é por excelência um local de memórias. Diante disso, esta dissertação objetiva analisar as negroesias produzidas na comunidade quilombola de Helvécia, localizada no Extremo Sul da Bahia. Para tanto, apropria-se dos cantos-poemas documentados por Santana (2014), a fim de demonstrar como esta oralitura afro-brasileira quilombola apresenta diálogos entre tempo e com a ancestralidade. O percurso discursivo-metodológico aporta-se em uma análise qualitativa documental. Estabelece diálogo com os conceitos de oralitura e tempo espiralar, de Martins (2021); palavra viva, em Hampate-Bá (1982); negroesia, em Cuti (2007); literalização da oralidade, em Derive (2010), cantos-poemas, em Santana (2014) e oralidade, Zumthor (1993), dentre outros que dialogam com o tema da pesquisa. Os cantos-poemas reverberam modos insurgentes, históricos e poéticos afro-brasileiros, como importante contribuição à cultura brasileira.