O entendimento sobre as tecnologias digitais enquanto potencializadoras nos processos de aprendizagem de estudantes é uma urgência educacional na contemporaneidade, uma vez que os estudantes portam seus próprios dispositivos e criam caminhos autônomos, criativos e coletivos para aprender, independente das estratégias institucionais. A pesquisa nasce do interesse de compreender melhor este fenômeno que é a presença das Tecnologias Digitais Móveis na escola. Nesse contexto, parte do seguinte problema: em que medida as tecnologias digitais móveis contribuem para a elaboração de táticas por estudantes do Ensino Médio com vistas ao desenvolvimento da aprendizagem em seu cotidiano? Apresenta como objetivo geral: analisar o potencial das tecnologias digitais móveis para a construção da aprendizagem no cotidiano dos sujeitos, do qual segue o desdobramento dos seguintes objetivos específicos: a) descrever quais dispositivos móveis os sujeitos portam em seu cotidiano; b) compreender táticas que os sujeitos utilizam em seu cotidiano para aprender; c) demonstrar como as táticas dos praticantes, mediadas por tecnologias digitais móveis podem ser potenciais em seu processo de aprendizagem. A pesquisa tem como base epistemológica a inspiração fenomenológica e como construção do método segue os princípios da Bricolagem, dadas as necessidades do campo e dos estudos sobre cotidiano. Foram utilizados como instrumentos de produção de dados no campo um questionário misto, as observações participantes da pesquisadora e os registros destas observações no diário de campo ―o cotidiário‖ bem como as reuniões de grupo focal com os estudantes do primeiro ao quarto ano do Ensino Médio, do Instituto Federal da Bahia (IFBA), campus de Camaçari – BA, dos cursos de Tecnologia da Informação e Eletrotécnica, portanto lócus da pesquisa. As discussões teóricas perpassaram pelas categorias de cotidiano, aprendizagem (significativa, ubíqua e móvel), bem como, tecnologias digitais móveis em contextos educativos. Para sustentação destes temas destacaram-se os seguintes interlocutores: Certeau (1994), Bonilla (2015), Levy (1996) e (1999), Lima Júnior (2004; 2012; 2015), Santaella (2010; 2013) Moreira e Masini (2001), Sibilia (2012), Sales (2018) e Kenski (2000). Para a sustentação teórica da base epistemológica e metodológica os principais interlocutores foram: Merleau Ponty (2006), Sokolowski (2004), Galeffi (2000), Kincheloe (2007), Minayo (1994), Flick (2009) e Yin (2015). As táticas criadas pelos estudantes em seu cotidiano na escola são uma sinalização de que novos paradigmas sobre a construção do processo de aprendizagem estão sendo gerados por conta da potência criativa e solucionadora proporcionada pelas tecnologias digitais móveis. Os resultados sinalizam as possibilidades que a presença tecnológica digital móvel apresenta para potencializar o processo de aprendizagem de estudantes no Ensino médio, bem como revela as preocupações destes estudantes diante de um cenário que é lido por eles como transitório. Há um revelar das potências, bem como das sombras que os usos e fazeres tecnológicos representam para esta população e que por conta disso se sentem tal qual ―funâmbulos‖, equilibristas. A pesquisa encerra-se com proposições ditas pelos estudantes para a escola deste século com base na compreensão do fenômeno estudado.