Paulo Freire e o ensino de filosofia no ensino médio: contribuições para uma prática libertadora com diálogos marxistas

Carregando...
Imagem de Miniatura
Data
2024-10-14
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade do Estado da Bahia
Resumo

A Filosofia tornou-se componente curricular obrigatório na educação básica em julho de 2006, quando foi aprovada pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE). No entanto, a Lei 13.415/2017, sancionada pelo presidente Michel Temer, eliminou essa obrigatoriedade, o que é considerado um retrocesso por especialistas em educação, especialmente em relação à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996), que reconhece a importância dos conhecimentos filosóficos para o exercício da cidadania. Este trabalho investigou como a concepção de educação libertadora de Paulo Freire pode contribuir para o ensino de Filosofia no ensino médio em escolas públicas, promovendo o protagonismo social dos jovens por meio de encontros educativos que desconstruam o ensino tradicional, permitindo que os estudantes se vejam como agentes políticos e transformadores de sua realidade. A pesquisa e a aplicação do Produto Educacional (PE) foram realizadas no Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde e Gestão da Cidade de Guanambi-BA (CEEP), onde atuei como professor de Filosofia entre julho de 2018 e abril de 2023. Discutir a Filosofia com os estudantes em uma abordagem fundamentada no pensamento de Freire representa uma forma de resistência no contexto educacional atual. Para dialogar com as concepções de Freire, foram incorporadas ideias do(s) marxismo(s) sobre práxis educativa, enfatizando a luta de classes e a conscientização dos oprimidos para a transformação social e evidenciando como o modelo educacional tradicional pode reforçar uma relação vertical e opressora entre educadores e educandos. A pesquisa concluiu que a aplicação da educação libertadora de Freire no ensino de Filosofia favorece o desenvolvimento do pensamento crítico e do protagonismo juvenil, ao incentivar os estudantes a se perceberem como agentes ativos na transformação social. A abordagem dialógica e reflexiva promoveu uma participação mais engajada dos alunos, permitindo-lhes refletir sobre sua realidade e questionar as estruturas sociais opressivas. Além disso, ao incorporar ideias do marxismo sobre práxis e luta de classes, observouse que o ensino de Filosofia pode desconstruir a relação hierárquica entre educador e educando, criando um ambiente educacional mais horizontal e emancipador, em contraste com o modelo tradicional.


Descrição
Palavras-chave
Citação
COELHO, André Lima. Paulo Freire e o ensino de filosofia no ensino médio: contribuições para uma prática libertadora com diálogos marxistas. Orientador: Wagnervalter Dutra Júnior. 2024. 99f. Dissertação (Mestrado em Ensino, Linguagem e Sociedade). Departamento de Ciências Humanas Campus VI, (DCH), Universidade do Estado da Bahia, Catité, BA, 2024.
Palavras-chave