Este trabalho investiga as gírias como manifestações linguísticas que refletem a diversidade cultural, social e regional. Embora não sejam reconhecidas pela norma culta, as gírias exercem papéis significativos na comunicação, promovendo identidade, pertencimento e criatividade entre diferentes grupos sociais. O estudo busca compreender os fatores que influenciam o uso de gírias associadas ao linguajar do crime, presentes nos pagodes baianos. Com foco nesse gênero musical, que evoluiu das tradições afro-brasileiras e é marcado pela incorporação de expressões regionais e gírias ligadas à criminalidade, a análise baseou-se em teorias de Bagno, Petri, Patriota e Labov. Por meio de músicas selecionadas, foi possível identificar como esses termos são resignificados, utilizando quadros filológicos para detalhar seus significados em contextos formais e informais. A pesquisa conclui que as gírias no pagode baiano vão além de enriquecer a linguagem musical: elas documentam vivências culturais e sociais, legitimando as narrativas das periferias urbanas e reafirmando sua relevância no contexto sociolinguístico brasileiro.