Lendo Lolita em Teerã - Um passeio pela república da imaginação
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Resumo
Neste estudo investigou-se como Azar Nafisi, escritora iraniana, em sua obra Lendo Lolita em Teerã, recorreu à leitura de obras proibidas da cultura ocidental, em companhia de sete de suas jovens alunas, para resistir à opressão do regime fundamentalista tão nocivo à liberdade das mulheres. Mulheres que repensaram suas vidas, reorganizaram seus sonhos, desejos e fantasias, preservaram suas identidades, alimentadas por uma conversa desinteressada sobre livros proibidos. Essa experiência de leitura, realizada num espaço privado a sala de estar da casa de Nafisi configura-se como um exílio interno para elas, como uma forma de manter sua integridade psicológica frente ao confisco brutal de suas identidades. Fez-se uso de alguns autores, a exemplo de Gaston Bachelard, Maurice Halbwachs, Sigmund Freud, Michèle Petit, Mario Vargas Llosa, Lilian de Lacerda e Evelina Hoisel, para dar suporte teórico ao estudo. Na obra memorialística Lendo Lolita em Teerã, a leitura literária, para Azar Nafisi, preenche as insuficiências da vida, faz com que a vida seja algo mais tolerável. A leitura assume três funções essenciais para as protagonistas: de um espaço de liberdade; de formação e o resgate da memória individual e coletiva e de preservação de suas identidades em meio aos ditames da República Fundamentalista Islâmica