O processo formativo do(a) professor(a) é atravessado por diversos saberes e experiências construídos ao longo de sua trajetória de vida. Compreender a formação docente sob uma perspectiva humanizada e sensível é essencial, sobretudo na Educação Infantil, onde a relação com a criança exige escuta, empatia e presença afetiva. Este estudo teve como objetivo responder à seguinte questão: de que forma a trajetória, as experiências e os referenciais pessoais de cada professora impactam sua prática e o olhar que desenvolvem sobre a criança? A pesquisa, de abordagem qualitativa, buscou compreender até que ponto as experiências vividas na infância influenciam a concepção que professoras constroem sobre o ser criança e sobre sua própria prática pedagógica. Para embasar as análises e ampliar as discussões, foram utilizados referenciais teóricos como TARDIF (2002), FREIRE (2009), JOSSO (2004), CERISARA (2002), ALMEIDA (2015), LARROSA (2002), NÓVOA (2005) e PIMENTA (2002), entre outros autores. A investigação contou com a colaboração de três professoras da Educação Infantil, que compartilharam relatos sobre suas memórias de infância, o ingresso na docência, suas concepções sobre crianças e infâncias, e como percebem a relação entre suas vivências infantis e as das crianças com quem atuam. Ao longo do estudo, foi possível perceber como as marcas da infância se manifestam na construção de suas concepções e práticas pedagógicas, evidenciando a importância de considerar a história de vida do educador no processo formativo e nas relações estabelecidas com as crianças no cotidiano escolar. Palavras-chaves: Identidade docente; Histórias de vida; Educação Infantil; Prática docente