Solidão e ressignificações afetivas da mulher negra na poesia de Jovina Souza
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Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar como a poesia da escritora baiana Jovina Souza representa a solidão afetiva da mulher negra, a partir dos atravessamentos de raça, gênero e afeto presentes em sua obra O amor não está (2019). A pesquisa busca compreender de que forma essas experiências são construídas simbolicamente na literatura e como a autora elabora, por meio da escrita poética, mecanismos de enfrentamento e ressignificação do amor. Adota-se uma abordagem qualitativa, com foco na análise literária, tomando como corpus poesias que evidenciam os sentimentos de abandono, ausência, desejo e resistência afetiva. A perspectiva teórica adotada baseia-se nos pressupostos do feminismo negro e na interseccionalidade, permitindo compreender como as relações de poder atravessam as experiências afetivas das mulheres negras. A pesquisa fundamenta-se nos estudos de bell hooks (1995, 2013, 2021), Patricia Hill Collins (2019, 2021), Grada Kilomba (2019), Djamila Ribeiro (2018), Angela Davis (2011), Sueli Carneiro (2003), Silvio Almeida (2019), Conceição Evaristo (2020), Regina Dalcastagnè (2007), Florentina Souza (2017), Ana Cláudia Lemos Pacheco (2013), Isabella Rosado Nunes (2020), Colomer (2007), Takeuti (2015) e Gil (2002). A partir dessas referências, observa-se que a poesia de Jovina Souza constrói uma estética da resistência, em que a solidão deixa de ser apenas dor e passa a ser também ponto de partida para a construção de novas identidades afetivas. Dessa forma, a literatura produzida por mulheres negras afirma-se como território de denúncia, cura simbólica e reinvenção subjetiva.