A presente dissertação teve como objetivo analisar a trajetória de organização do sindicato rural do município de Santo Antônio de Jesus/Bahia, entre os anos de (1963-1970). Processo ocorrido durante o pré-golpe e no pós-golpe civil-militar de 1964. A pesquisa questionou quais foram as ações, militantes políticos e movimentos sociais que influenciaram a organização do sindicato na zona rural do município, bem como a logística de fechamento do STR SAJ dois meses após a derrubada de João Goulart (1961-1964) do poder e sua reabertura durante os anos de chumbo da ditadura. Para responder tais problemas adotamos como metodologia a história oral e através dos relatos de sindicalizados, lavradores, políticos locais e militantes atuantes no contexto histórico, construímos a narrativa sobre a abertura, fechamento e reabertura da instituição. A história do STR SAJ inicialmente começou a ser contada através do relato oral de Manoel Francisco dos Santos, personagem central para entender a perseguição orquestrada por fazendeiros e políticos locais contra os lavradores no município e região. Na época atuou como líder comunitário na comunidade da Areia Grossa, e também como monitor do Movimento de Educação de Base, através da Juventude Agrária Católica no município e região. A análise de sua trajetória junto ao sindicato rural contribuiu para localizar os documentos repressivos da polícia política produzidos pelo Sistema Nacional de Informações, dois dossiês que confirmam a curta existência do sindicato rural em 1963 e o cenário no qual os trabalhadores rurais foram considerados inimigos da nação, comunistas, subversivos e ameaça vermelha em atuação no Recôncavo sul.