Intelectuais negros, memória e diálogos para uma educação antirracista: uma leitura de Abdias do Nascimento e Edison Carneiro
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Resumo
Nesta tese, reflito sobre intelectuais negros, memória, tradição, insurgência e educação antirracista, tomando, como pano de fundo para discussão da temática abordada, o conjunto de obras de dois autores negros brasileiros: Edison Carneiro e Abdias do Nascimento, buscando traçar relações entre as temáticas centrais que orientam esta reflexão – memória, tradição e insurgência – e a escrita destes autores com o objetivo de desvelar se a mesmas podem ser traduzidas como novos quadros interpretativos sobre as experiências das populações negras no Brasil, a fim de contribuir para uma (re)configuração da memória destas populações e também para a construção de uma educação antirracista e multiculturalista. Assim, os debates realizados giram em trono de uma análise e de uma reflexão aprofundada sobre qual é a memória hegemônica nos processos educacionais institucionalizados e quais os conteúdos e proposições das obras dos autores selecionados. Por fim, situo estas obras num quadro de memória protagonizado por intelectuais negros(as), alicerçado no combate ao racismo e ao colonialismo e na criação/proposição de conhecimentos que têm como meta sociedades mais inclusivas e igualitárias. Alguns campos teóricos foram diálogos destacados: Estudos Culturais e Pós-coloniais, Estudos Étnicos e autores(as) negros(as) diversos(as) que tomo aqui como um campo de Pensamento Negro. Do ponto de vista do método, apresento uma proposição teórica a partir de Bakthin e Glissant, enfocando o dialogismo para uma leitura realizada enquanto uma tradução do discurso manifesto dos autores, mas, também, das linhas marginais do texto, privilegiando – como metodologia – a análise textual das fontes bibliográficas e das demais fontes.