Percepções docentes sobre a potência pedagógica da imagem no ensino-aprendizagem da geografia
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Resumo
A presente dissertação investigou as percepções docentes sobre a potência pedagógica da imagem no ensino-aprendizagem da geografia escolar, sendo realizada em três campos empíricos (Colégio Estadual Henriqueta Martins Catharino, Colégio Estadual Luiz Tarquínio e Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães). Para seu desenvolvimento, foram feitas entrevistas fenomenológicas (semiestruturadas) com seis docentes de geografia da Rede Pública de Educação da Bahia no município de Salvador. O estudo apoiou-se nas abordagens qualitativas de pesquisa aproximando-se do método fenomenológico. Os conceitos trabalhados para o aprofundamento do fenômeno foram: imagem, percepção, pensamento, aprendizagem experiencial, ensino problematizante e competências cognitivas. Os resultados permitem afirmar que as percepções de imagem dos docentes giram em torno de um núcleo de sentido comum, no qual o trabalho pedagógico com imagens busca potencializar nos estudantes aprendizagens fecundas, uma vez que a abertura da imagem convoca os estudantes a se envolver em maior profundidade com a geografia escolar e com os próprios processos de aprendizagem. Além disso, o trabalho pedagógico com imagens possibilita aos docentes a prática de ensino da geografia mais problematizante, questionadora, sensível, inovadora, dinâmica, inventiva e, principalmente, relacionada à vida dos estudantes. Esse trabalho impulsiona o docente e os estudantes a desenvolverem competências cognitivas, sociais e afetivas, possibilitando tanto profundidade para criar imagens quanto para lê-las criticamente. O trabalho pedagógico com imagens proporciona um contato com as sensações e vivências dos estudantes, gerando uma maior aproximação e interação entre esses e os docentes. Além de que, quando articuladas com os conteúdos da geografia escolar, essas sensações proporcionam que a aprendizagem dos estudantes se torne mais experiencial e marcante em suas memórias. Em conclusão, pode-se dizer que o trabalho pedagógico com imagens nas aulas de geografia é um dos meios com os quais os docentes tensionam os processos de ensino-aprendizagem dessa disciplina a distanciar-se de estruturas epistêmicas mais cristalizadas e de práticas docentes reprodutoras de representações hegemônicas e colonialistas, para aproximar-se e produzir epistemologias geográficas ativas, abertas e coladas com a vida, potencializadoras de tessituras vitais, para lógicas de racionalidades plurais, capazes de produzir desterritorializações de verdades e crenças hegemonizantes.