Tambores da Magia: ações educativo-musicais no projeto sociocultural do terreiro de candomblé Ilê Asè Dana Dana em Caetité, Bahia
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Resumo
Esta dissertação apresenta uma investigação sobre o projeto sociocultural Tambores da Magia, vinculado ao terreiro de candomblé Ilê Asè Dana Dana, localizado em Caetité, Bahia. A pesquisa, de caráter qualitativo e está fundamentada na metodologia da pesquisa-ação. O objetivo central foi analisar os resultados das ações educativo-musicais e socioculturais do projeto e suas contribuições para a vida da comunidade, considerando aspectos étnico-raciais, identitários e ancestrais. Entrelaçando vivências pessoais e profissionais com um percurso teórico fundamentado em autores como Beatriz Nascimento, Paulo Freire, bell hooks, Stuart Hall, Frantz Fanon, Nilma Lino Gomes, Barbara Carine, Angela Lühning e Djamila Ribeiro. A pesquisa parte da experiência no projeto Tambores da Magia e no terreiro para reconhecer o tambor como objeto de ancestralidade, resistência e comunicação política, configurando o projeto como um verdadeiro quilombo de tambores. A trajetória do Ilê Asè Dana Dana é resgatada através da análise documental e entrevistas com seus integrantes. Destaca-se a fundação do projeto Tambores da Magia em 2018, após premiação do Ministério da Cultura, permitindo a concepção de oficinas de canto, dança e percussão afro-brasileiras voltadas para pessoas do bairro Nossa Se-nhora da Paz. A coleta de dados foi através dos círculos de cultura, inspirados na pedagogia freireana, realizados em diferentes espaços comunitários e com variados públicos. A análise dos dados se deu por meio da análise de prosa em uma perspectiva decolonial valorizando a dimensão simbólica, subjetiva e cultural das falas dos participantes. Como produto educacional, foi elaborado "Diálogos Ancestrais: Tocando e Cantando Ijexá", agregando um diário de campo e uma sequência didática com oficinas voltadas ao ritmo ijexá. Ao tratar das rotas da diáspora, do racismo e da resistência, propõe uma educação musical afrodiaspórica e decolonial, que se posiciona contra a colonialidade do saber e valoriza os territórios simbólicos e políticos do povo negro. O candomblé, entendido como espaço educativo, emerge como coletividade, resistência e reexistência. A pesquisa fortalece a importância dos terreiros como espaços de geração do saber, musicalidade e identidade negra, convocando a academia a valorizar e respeitar os saberes ancestrais como parte legítima na educação.