Representação das mulheres negras na série documental a vida depois do tombo (2021)
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Resumo
O discurso cinematográfico é um reflexo intrínseco do local de fala do sujeito. Majoritariamente, no cinema brasileiro, a ausência de uma liderança compartilhada entre homens e mulheres, brancos e negros corrobora para que não haja igualdade na participação do mercado e para que os recortes sociais e as representações sociais das mulheres negras sejam as mesmas: empregadas domésticas, prostitutas, escravas etc. Essa linha discursiva demonstra que gênero e raça são linhas de força muito presentes nas disputas envolvendo identidade nacional brasileira. Face ao exposto, buscou-se diagnosticar que tipo de representações sociais estão sendo construídas das mulheres negras no documentário A vida depois do tombo (2021), a partir da personagem Karol Conká. Por meio da análise de conteúdo, foi possível constatar que se por um lado a série demonstra uma imagem humanizada da artista, mãe, filha e irmã que Karol Conka é, por outro, reforça muito mais a imagem negativa construída no mundo das telas pelo BBB21, reforçando representações sociais já consolidadas no audiovisual das mulheres negras e que o principal equívoco na construção da narrativa foi a tentativa em emular um cenário virtual, em que a personagem se vê enclausurada no erro, na culpa e na solidão.