“Eu vi meu Rosário falar”: educação, memória e contemporaneidade das tradições negroafricanas na Irmandade do Rosário dos Pretos do Pelourinho
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Resumo
A tese investiga como se efetiva a educação, a memória coletiva e a contemporaneidade das tradições negroafricanas na Irmandade do Rosário dos Pretos do Pelourinho ou Venerável Ordem Terceira do Rosário de Nossa Senhora às Portas do Carmo (Irmandade dos Homens Pretos), tendo com o marco temporal 1997 a 2018, fazendo esse recorte recente na história da Irmandade, que tem mais de quatrocentos anos de fundação (iniciada em 1604, oficializada em 1685). A pesquisa é de cunho qualitativo, com aproximação teórico metodológica inspirada no giro decolonial (Maldonado-Torres, 2020), nas epistemologias negras (Fanon, 2008; Martins, 2021a) e na escrevivência (Evaristo, 2008, 2020). Seguimos a História oral e a Pesquisa Documental como métodos para obter informações e dados, e a análise interpretativa como aproximação à perspectiva de análise. Por meio das narrativas das irmãs e dos irmãos da Irmandade do Rosário de Salvador e mais duas irmãs, uma de Ouro Preto e outra de Olinda, com apoio de teóricos que dialogaram com os conhecimentos importantes construídos na entidade no decurso do tempo. Através do olhar investigativo de uma das suas filhas, desde dentro para o desde fora (Santos, 2002), vislumbro e busco confirmar a tese que a Irmandade do Rosário dos Pretos do Pelourinho pode ser compreendida como um complexo religioso católico negro em Salvador, e suas práticas educativas, sociais e culturais empoderam seus membros e a comunidade, construindo sabervivências. Este estudo visa trazer contribuições para o campo da Educação e áreas afins e para toda a sociedade, sensibilizando-os para que observem essas entidades que são fundamentais para a compreensão da História do Brasil. Assim, A Irmandade do Rosário dos Pretos do Pelourinho, como espaço profícuo de investigação, propicia a elaboração de saberes, de religiosidade negra, de princípios ancestrais, de tradições negroafricanas, de redes de sociabilidade, processos de produção de conhecimentos que passam dos quatrocentos anos e se reinventam constantemente.