A violência obstétrica é um abuso de gênero que afeta uma a cada quatro mulheres no Brasil segundo a pesquisa da Fundação Perseu Abramo (2012). Seguindo essas estatísticas, que evidenciam que esse tipo de violência acontece 15% a mais nos hospitais maternos públicos em comparação com os privados, a pesquisa buscou investigar os casos de violência obstétrica entre as mulheres que passaram pelo Hospital Materno Infantil de Juazeiro - HMIJ, na Bahia, entre março de 2020 e dezembro de 2021, enfatizando o grau de reconhecimento das mesmas e as medidas adotadas a partir da ausência de aparato legislativo, reconhecendo o contexto pandêmico. O HMIJ é a única maternidade pública de baixa complexidade que atende a nível macrorregional. A investigação tem natureza quali-quantitativa e para o seu desenvolvimento foram utilizadas como estratégias metodológicas a observação, entrevistas em profundidade, pesquisa documental e pesquisa bibliográfica. Assim, nasceu “Florilégio da Dor: O retrato da Violência Obstétrica em Juazeiro”, um livro-reportagem que abrange uma reflexão cultural, social, econômica, legislativa e científica da realidade da V.O. em Juazeiro.