A manifestação cultural da Capoeira está intrinsecamente atrelada a questões referentes a um legado histórico de luta e resistência, que toma corpo ao longo dos anos. As rodas de capoeira são constituídas por uma mescla de ritmos, danças, diálogos, poder e signos, que formam incorporados sob forma de resistência e adaptabilidade durante a formação sócio-espacial da sociedade brasileira. Ao efetuar uma abordagem sobre essa manifestação cultural, o enfoque epistemológico utilizado fora o materialismo-dialético, caracterizado pelo estudo das contradições existentes nos espaços. Assim, a capoeira resulta do processo de afirmação de sua identidade e do diálogo com os espaços, embora estes tenham negado e subjugado a sua prática. A pesquisa tem como lócus, a cidade de Jacobina do Estado da Bahia, esta que guarda em suas rugosidades a presença de um passado histórico influenciado pelos resquícios da colonização, e cujo arranjo espacial na atualidade sofre a influência de várias territorialidades, entre elas, a da capoeira. A realização da pesquisa permite concluir que suas ressignificações resultam do processo de inserção e elasticidade, que muitas vezes fora influenciados pelo capitalismo, contudo a sua territorialidade é dinâmica a ponto de possibilitar a difusão de uma identidade afro-brasileira que dialoga com vários espaços.