A tilapicultura, uma das principais atividades aquícolas em expansão no Brasil, apresenta desafios sanitários decorrentes da produção intensiva e das alterações na qualidade da água, que favorecem a proliferação de fungos filamentosos. Este estudo investigou a presença desses microrganismos em comedouros, na água e em exemplares de Eichhornia crassipes em uma piscicultura de tilápia-do-Nilo localizada no reservatório Moxotó, na Bahia. As coletas ocorreram bimestralmente durante dois ciclos anuais, e os fungos foram isolados e quantificados por Unidades Formadoras de Colônia (UFC), revelando maior incidência nos períodos de estiagem. A pesquisa destacou o papel dos comedouros como potenciais vetores de contaminação e o da E. crassipes como veículo de dispersão fúngica. Como desdobramento, foram elaborados materiais didáticos – cordel e folders – que articulam os saberes acadêmicos e empíricos, valorizando a linguagem popular e a identidade cultural dos piscicultores do sertão baiano. A construção desses materiais visou promover o engajamento crítico das comunidades locais, por meio de práticas educativas integradas aos territórios, fortalecendo o diálogo entre universidade, escola e campo na cadeia produtiva do pescado.