“A gente só é bom quando está servindo” trabalhadoras domésticas em Santa Luz (ba).
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Resumo
No Brasil ao longo da história o mundo trabalho foi dividido a partir do gênero com recorte racial atuando como eixo estruturante de padrões de desigualdades e exclusão social. O trabalho doméstico no país é considerado como uma atividade inferior sendo atravessado por questões problemáticas e sensíveis, visto que carrega consigo uma herança colonial que se perdura até os dias atuais com longas jornadas de trabalho, acumulação de tarefas, má remuneração, ausência de direitos trabalhistas, silenciamentos, violências, racismo, desprestígio e dificuldade de mobilidade social. O presente trabalho tem como objetivo analisar o trabalho doméstico exercido por mulheres negras na cidade de Santa Luz, mostrando a partir das minhas vivências a hereditariedade nessa prestação de serviço no século XXI. Além da memória da autoria, é utilizado entrevistas e o documentário Trabalho Doméstico: Conectando Memórias e (Re) construindo histórias e entrevistas juntamente com o levantamento bibliográfico sobre essa temática, se apropriando da metodologia da Escrevivência de Conceição Evaristo evidenciando a escrita de pessoas marginalizadas, dialogando com Halbwachs (1968) que apresenta o conceito de memória coletiva e dialogando com outros teóricos como Kimberlé Crenshaw (1989), Collins (2020), Davis (2016), Gonzalez (1984) para analisar as várias intersecções entre raça, classe, gênero, território assim como a violência analisada por Heleith Saffioti (2015) e outros autores.