Apesar da grande diversidade de plantas do Brasil, um número reduzido é cultivado para a alimentação. Além disso, é considerado baixo o número de estudos acerca do potencial nutricional e terapêutico de plantas que muitas vezes são chamadas de daninhas, mas que fazem parte da história de consumo de comunidades tradicionais. Hortas comunitárias vêm sendo cultivadas no perímetro urbano em diferentes contextos das cidades e algumas delas já são realidade em alguns bairros da cidade de Salvador. Além da contribuição na promoção da segurança alimentar das comunidades, estas hortas seguem na direção do desenvolvimento sustentável na busca por produtos saudáveis para uso alimentício e medicinal. Este projeto de pesquisa objetivou realizar o levantamento e a caracterização etnobotânica das espécies vegetais com potencial alimentício e terapêutico, em especial as PANC cultivadas em hortas comunitárias na cidade de Salvador Bahia. Esta pesquisa teve caráter exploratório em campo (hortas urbanas) e seguiu uma abordagem quali quantitativa, possuindo uma fase de caráter descritivo e outra em campo com coleta de dados. Foram identificadas 54 hortas urbanas na cidade de Salvador, sendo que 14 delas foram visitadas para coleta dos dados. Baseados nos dados obtidos, observou-se que a maior parte dos vegetais cultivados nas hortas visitadas é para alimentação humana e compreende, basicamente, de vegetais convencionais encontrados nos grandes mercados. Algumas PANC foram identificadas o que, provavelmente esteja relacionado com o pouco conhecimento dos benefícios sobre as mesmas, ou mesmo questões culturais. Muitas espécies foram relatadas como terapêuticas e outros diferentes usos, inclusive aqueles identificados com as medicinas tradicionais e complementares, como benzeduras e banhos.