Memória e educação: um olhar sobre a trajetória intelectual de uma mulher negra de santo
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Resumo
Este trabalho tem por objetivo analisar o processo de desenvolvimento intelectual das mulheres negras de santo, a partir das memórias da trajetória educacional de Mãe Balá. A principal questão problematizadora da pesquisa é entender como se deu o processo formativo, de desenvolvimento intelectual de Mãe Balá, uma mulher negra, pobre, candomblecista, considerando as diferentes práticas de educação experienciadas? Para compreender o seu desenvolvimento intelectual, foi utilizada a metodologia da História oral e foi preciso ampliar a noção de práticas de educação e trabalhar com outras epistemologias possíveis. Refletir como os valores civilizatórios afrodiaspóricos são aporte educador sobre as raízes da população negra e que permeiam a sociedade brasileira, além de uma reflexão sobre a importância dos conhecimentos experenciados na vivência de candomblé por Mãe Balá como uma intelectualidade a ser valorizada para construção de um conhecimento valido e fundante. Para analisar a memória feminina negra como contribuinte para as epistemologias negras, adotamos um arcabouço teórico sobre memória, interseccionalidade, ancestralidade, educação e práticas de educação. Ao trabalhar com a memória de Mãe Balá, através da história oral, foi possível um resgate da ampliação dos espaços educativos que ela passou com a possibilidade de trazer uma epistemologia insurgente que localiza e visibiliza a população negra na história nacional. Quando analisado o percurso educacional de Mãe Balá questionamos a percepção de práticas tanto curricularizadas quanto práticas empíricas, percebemos a pluralidade de práticas alternativas, como também a interação e a complementaridade entre os diferentes saberes, nesse sentido comungamos a ideia de não dividir e nem hierarquizar os campos de conhecimento em escolar e não escolar.