Este estudo visou compreender os sentidos atribuídos pelos sujeitos formadores à relação entre educação para a emancipação e as práticas de ensino, pesquisa e extensão do Instituto Federal Baiano, no contexto do Território de Identidade do Vale do Jiquiriçá. A questão chave se constituiu em torno do entendimento de como a perspectiva da educação para a emancipação, presente na Lei 11.892/2008 e nos documentos que abordam o projeto político dos institutos federais, é percebida pelos sujeitos formadores do instituto e em que medida ela se materializa em práticas educativas no território. Trata-se de uma investigação qualitativa, que teve como lócus o Campus Santa Inês do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano e como sujeitos centrais da investigação professoras e professores do campus. Como técnicas de coleta de informações, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com quinze docentes, além de análise documental e observação participante. A abordagem hermenêutica-dialética foi a base para interpretação dos dados, em três dimensões de análise: político-conceitual, pedagógica e territorial. Os sentidos expressos pelos docentes convergem na indicação de desafios, tensões e potencialidades. Em que pese o reconhecimento da existência de práticas educativas de tendência emancipatória na instituição, especialmente no âmbito dos cursos ofertados na modalidade Proeja, dos projetos de extensão e das licenciaturas, foram apontadas uma série de necessidades para o fortalecimento da perspectiva emancipatória na educação profissional e tecnológica ofertada. Tais necessidades concernem ao fortalecimento do ensino médio integrado; à maior articulação entre educação básica e superior e entre as áreas técnica e propedêutica; ao aumento da interlocução com os saberes populares do território; à valorização das identidades e das vocações produtivas locais; à amplificação dos movimentos de aproximação com a comunidade do Vale do Jiquiriçá, possibilitando a apropriação do ambiente escolar pelos sujeitos do território; e à imprescindibilidade das ações formativas conjuntas com os movimentos socioterritoriais. Em diálogo direto com estas questões, permanecem as demandas de tornar a educação do campo e a educação popular mais presentes na identidade institucional e em seus processos educativos, em todos os níveis; e da ampliação de fazeres no sentido de uma práxis educativa territorial. Estes temas seguem como pautas e esforços fundamentais para a materialização do projeto dos institutos federais nas proximidades dos 15 anos de sua criação.