A vigente pesquisa exploratória de natureza básica e abordagem qualitativa traz como tema a educação em espaços não formais e o seu objeto se concentrou no esvaziamento da educação escolar em extramuros escolares. O seu objetivo geral é analisar o fenômeno do esvaziamento da educação escolar em espaços não formais. Os espaços não formais são territórios educativos distintos do ambiente escolar e suscetíveis a práticas pedagógicas da educação formal capazes de enriquecer o saber sistematizado, objeto específico do trabalho escolar, enquanto atividade extracurricular. Esses espaços abrangem, por exemplo, rodas de conversa, museus, jardins botânicos, praças, cinemas, zoológicos, teatros, projetos sociais, sindicatos e reservas ambientais. Partindo do pressuposto teórico marxista, percebesse que o intento da classe dominante em aprisionar as massas na miséria intelectual atinge não somente o ambiente escolar, mas também outros espaços suscetíveis às práticas pedagógicas da educação formal. Sendo assim, do estudo, emergiu a seguinte questão problema suleadora: como ocorre o esvaziamento da educação escolar em espaços não formais? A resposta provisória revela que a dosagem ou deturpação do saber sistematizado tende a se manifestar de maneira peculiar em territórios não formais sujeitos à atividade escolar. Para estabelecer a questão suleadora, o trabalho investigativo ancorou-se predominantemente numa perspectiva epistemológica marxista. Os procedimentos metodológicos adotados para descrever o fenômeno do esvaziamento da educação escolar em espaços não formais, ou seja, para cumprir o seu objetivo geral são pautados na pesquisa bibliográfica conforme Gil (2008), cujas fontes de informação bibliográfica ou eletrônica incluíram principalmente livros e artigos de periódicos. A justificativa para o desenvolvimento da presente investigação decorre tanto pela experiência acadêmica e profissional do pesquisador, quanto pela produção escassa de trabalhos acadêmicos que analisam a distorção ou o doseamento do conteúdo escolar em contextos não formais. Os resultados desta investigação evidenciaram o entrelaçamento das modalidades educativas sem a retirada de suas especificidades, o protagonismo da escola frente aos demais territórios educativos, o equívoco da escolarização dos espaços não formais e o papel histórico do sistema capitalista em degenerar a educação voltada às camadas populares inclusive em contextos extramuros escolares. Por fim, este estudo contribui para a construção e difusão de conhecimentos sobre a temática da educação em espaços não formais, além de suscitar reflexões e inquietações tanto nos pesquisadores em educação que se inclinam na investigação dessa modalidade educativa, quanto naqueles sujeitos interessados na transformação da ordem econômica estabelecida.