Pelas veredas das escrevivências: juventudes negras no Clube de Leitura do Olavo.
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Resumo
Esta pesquisa investiga as experiências de juventudes negras no ambiente escolar a partir da Escrevivência (Evaristo, 2022) tomada como metodologia e operada por meio das Giras de Escrevivências (Oliveira, 2021), para entender as percepções juvenis sobre pertencimento e identidade étnico-racial, em diálogo com seus territórios de origem. O objetivo deste trabalho é investigar como as estudantes negras que integram o Clube de Leitura buscam, encaram ou constituem seu lugar étnico-racial no ambiente escolar. A fundamentação teórica articula os conceitos de quilombo, de Beatriz Nascimento, encruzilhada, afrografia e tempo espiralar de Leda Maria Martins, e pertencimento, de bell hooks, evidenciando como as experiências das estudantes são atravessadas por ancestralidade, cultura e resistência. Em diálogo com esses referenciais, os estudos sobre currículo, a partir das perspectivas de Iris Verena Oliveira, Maria Nazaré Mota de Lima e Vanda Machado, permitem compreender como as práticas educativas podem afirmar identidades, reconhecer saberes e desafiar as normativas coloniais que historicamente marginalizaram corpos negros nos espaços escolares. O Clube de Leitura, implementado no Colégio Estadual de Tempo Integral Olavo Alves Pinto (OLAVO), em Retirolândia, constitui-se como espaço de mediação cultural e troca de saberes, onde a literatura, a música e as manifestações culturais das comunidades participantes se entrelaçam na construção de uma aprendizagem coletiva. A Escrevivência produzida no contexto do Clube de Leitura revela como as memórias, os afetos e os saberes atravessam as vivências juvenis, ressignificando o espaço escolar a partir de suas próprias trajetórias e referências culturais.