Os estudos antroponímicos estão relacionados à onomástica, uma das ramificações da lexicologia, uma área de estudo fértil em análise. Estudar a antroponímia de uma determinada localidade permite-nos compreender como uma sociedade se organiza, seus usos culturais e modos de pensar, esses aspectos ficam refletidos no sistema de nomeação adotado por cada sociedade. Esta pesquisa retratou a história da cidade de Queimadas nos períodos aos quais pertencem os documentos analisados, baseou-se, pois, no pressuposto de que os nomes próprios caracterizam cada comunidade, eles são reflexos sociais. Para tanto, foram investigados os nomes presentes em dois livros de registro de nascimento do fórum da cidade. A escolha do nome próprio tem muitas motivações, este estudo tentou elucidar aspectos culturais presentes no sistema de nomeação adotado por moradores da cidade de Queimadas, no estado da Bahia, em dois períodos diferentes (1924 e 2011). Nesta análise, buscou-se compreender os critérios de escolhas antroponímicos, fazendo um recorte mais específico para o fator de utilização e criação de nomes duplos. Utilizou-se como principais suportes teóricos: BECHARA (2005), BIDERMAN (1978), CANEDO (2009), CARVALHINHOS (2007), CLAUDINO (1996), DE SOUZA (2009), FILGUEIRAS (2015), KRIEGER (2010), LARAIA (2002), MARQUES (1984), MEXIAS-SIMON e OLIVEIRA (2004), PINHEIRO (2011), SEABRA (2015) e SILVA (1977). No decorrer da análise antroponímica, verificou-se a presença de nomes duplos em maior quantidade na antroponímia queimadense no ano de 2011, em 1924 o uso de nomes com essa constituição era menor. Observou-se que todos os antropônimos duplos de 1924 possuíam como formação nomes bíblicos e que na antroponímia mais atual essa constituição obteve um alcance de 64 por cento nos registros. Esta pesquisa demonstrou que a igreja católica teve um papel muito marcante no critério de escolha da antroponímia de Queimadas nos anos de 1924 e 2011