Esta pesquisa tem como objetivo compreender as experiências pedagógicas de docentes no Ensino Médio rural, a partir de três questionamentos: como são construídas narrativamente as experiências pedagógicas de professores(as) do Ensino Médio rural? Como o contexto se revela nas experiências pedagógicas vividas pelos(as) professores(as) do Ensino Médio rural? Quais aspectos da (auto)formação foram constituídos pelos(as) professores(as) no processo de documentar narrativamente suas experiências? O trabalho foi realizado em uma escola do Ensino Médio, em território rural da cidade de Juazeiro, Bahia/Brasil, e contou com sete colaboradores para a produção de documentos narrativos pedagógicos. Pesquisa qualitativa, que assume o dispositivo da Documentação Narrativa de Experiências Pedagógicas – como opção epistêmico-político-metodológica, evidenciada na pesquisa-formação-ação. Opta pela conversa em rede colaborativa, como aparato metodológico de análise, uma vez que a dimensão analítica, no caso deste estudo, toma forma ao passo em que as narrativas de experiências são ampliadas pelo movimento de narrar, escrever, comentar e reescrever. O diálogo entre os pares vai permitindo ao/à narrador(a) docente e ao pesquisador envolvido a construção de uma outra “política de sentido”, também concebida como “política de conhecimento”. Como principais resultados, evidenciou a Documentação Narrativa de Experiências Pedagógicas como um dispositivo que nos possibilita compreender as distintas situações de poder na composição do aparato que sustenta o sistema educativo e a cultura escolar. Destacou concepções epistemológicas em torno dos núcleos de sentido, experiência; contexto/ruralidades; Ensino Médio; (auto)formação e, por fim, política de conhecimento. Configurou conceitualmente a condição de Ensino Médio em meio rural como significante para a composição de experiências pedagógicas e a configuração de territórios pedagógicos. A cultura escolar e o contexto, ambos vivenciados ao longo da pesquisa remontam à reflexão de um fazer que envolve outros pensares e saberes. A (auto)formação constituiu-se a partir da reflexão sobre a ação pedagógica e dá novos contornos aos processos formativos destes sujeitos. Por fim, possibilitou a elaboração autônoma da autoria de seus saberes docentes.