Reformas urbanas e disputas de memoria no centro de Alagoinhas (2013-2018): Transformações espaciais, resistências sociais e reconfiguração do lugar
Data
Autores
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Este trabalho investigou as reformas urbanas realizadas no centro da cidade de Alagoinhas-BA, entre os anos de 2013 e 2018, com foco nas disputas simbólicas e materiais em torno da memória urbana, dos usos do território e dos sentidos de pertencimento local. O objetivo principal foi compreender como as intervenções promovidas pelas gestões de Paulo César Simões e Joaquim Neto alteraram a dinâmica espacial e impactaram os modos de vida da população local, principalmente dos moradores e trabalhadores do centro. A metodologia adotada procurou articular pesquisa bibliográfica, análise documental, fontes orais e o uso da auto etnografia como instrumento de análise crítica e posicionada. Os resultados evidenciam que as reformas, embora justificadas por discursos de modernização e revitalização, promoveram a descaracterização de espaços simbólicos, o deslocamento de sujeitos históricos e a construção de uma nova imagem urbana desvinculada das práticas culturais populares. A análise dialoga com autores como Milton Santos, Marc Augé, Henri Lefebvre, David Harvey e Marilena Chauí, contribuindo para a compreensão das políticas urbanas enquanto mecanismos de controle simbólico e reorganização do espaço, segundo interesses políticos e econômicos. Conclui-se que os processos de transformação urbana em Alagoinhas-BA não se limitaram à alteração física do território, mas atuaram diretamente sobre a memória coletiva e os modos de existência dos sujeitos, evidenciando a importância da resistência social e da valorização das histórias locais na construção de cidades mais justas e inclusivas.