A (não) variação linguística no livro didático de língua portuguesa
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Resumo
Não é de se estranhar que o preconceito linguístico vem sendo abordado no cotidiano escolar de maneira genérica. Alguns estudos têm mostrado que diversos livros didáticos têm apresentado o conteúdo, entretanto, muitos professores têm deixado de abordar a variação linguística, pois não sentem segurança para contextualizar/problematizar o tema na sala de aula. Diante dessa problemática, esta pesquisa visa compreender como as variações linguísticas vêm sendo apresentadas para os alunos no livro didático e como o mesmo contribui para a assimilação do conceito de variação linguística. Desse modo, optamos por analisar o livro “Se liga na língua: leitura, produção de texto e linguagem” do 6º ano do Ensino Fundamental II, do ano de 2018, de autoria de Wilton Ormundo e Cristiane Siniscalchi. Para embasar a pesquisa utilizamos os escritos de: Marcos Bagno, Stella Maris Bortoni-Ricardo, Virgínia Rosa Mattos Silva, Maria Cecilia Mollica, Irandé Antunes, Carlos Alberto Faraco, dentre outros. Os resultados mostraram que o preconceito linguístico vem sendo abordado no cotidiano escolar, mas ainda não se tornou um componente que explore a história da língua portuguesa brasileira, para explicar a variedade da nossa língua. Foi observado que, conforme o material didático pesquisado, as abordagens utilizadas não são satisfatórias, pois, comparando o crescimento do preconceito linguístico, o espaço delimitado à sua desconstrução é deveras insuficiente. Ainda é possível considerar que o livro deixa a cargo do professor como irá problematizar o conteúdo em sala, mas este pode simplesmente ignorar a reflexão proposta.