Em 2013 entraram em vigor no Brasil as mais recentes Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Jornalismo (DCNJ). Quase uma década depois da implementação das DCNJ, faz-se necessário compreender qual o posicionamento dos professores de jornalismo sobre o documento legal que regulamenta a formação de jornalistas em nível superior. Como plataforma teórica mobilizada na pesquisa, apresento uma reflexão sobre diretrizes e fundamentos curriculares, bem como suas implicações no ensino superior, a partir de um diálogo com autores como Silva (2010, 2015), Moreira e Silva (2013) e Sacristán (2017). Em seguida, discorro sobre uma filosofia do jornalismo contemporâneo, considerando as diversas manifestações dessa prática na sociedade atual (CHRISTOFOLETTI, 2019; JÁCOME, 2020; DIAS, L., 2018). Somadas as essas questões, apresento uma discussão sobre o pensamento pedagógico sobre o ensino de jornalismo no Brasil, (MEDITSCH, 2007, 2012, 2018; MOURA, 2002; MARQUES DE MELO, 2006), apontando aspectos históricos e políticos que constituíram a formação de jornalistas no país. Para alcançar o objetivo da pesquisa, foi aplicado o Estudo de Caso como abordagem metodológica (YIN, 2001; MARTINS, 2006), pelo seu potencial para compreender em profundidade fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real. Diante da análise empreendida, foi possível compreender que entre os docentes que participaram da pesquisa alguns que revelaram conhecer as DCNJ em sua integralidade, outros parcialmente e um terceiro grupo que não conhece o documento. Além disso, foram apresentados posicionamentos favoráveis e contrários ao que preconizam as Diretrizes. Mesmo diante desse cenário de tantas contradições, não se pode negar a importância da normativa para a formação de jornalistas em nível superior, considerando que se trata de um documento que confere uma estrutura comum aos cursos de jornalismo e que permite evidenciar diferentes formas de atuação docente.