Múltiplas dimensões da educação ambiental e agroecologia: interfaces e especificidades na análise dessa relação

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2020-05-20
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Resumo

Esta pesquisa buscou compreender quais as principais interfaces e especificidades entre as Políticas de Educação Ambiental e de Agroecologia a partir do olhar de sujeitos intencionais envolvidos no processo social dessas políticas. A pesquisa é de cunho qualitativo, para efetivação da mesma foi necessário fazer um levantamento das pesquisas já realizadas no que tange à Educação Ambiental e a Agroecologia, buscando assim perceber o que já foi discutido nessas duas temáticas. Utilizamos dois dispositivos: a análise documental observando os pressupostos implícitos nas Políticas da Educação Ambiental e da Agroecologia (dimensão do concebido) e a percepção dos sujeitos a partir também de suas vivências, através de entrevistas semiestruturada, procurando compreender as possíveis inter-relações entre as Políticas de Educação Ambiental e de Agroecologia e suas especificidades. Os sujeitos da pesquisa são atores que estão envolvidos nessas duas políticas (gestores, professores e Movimento social). Para a análise das Políticas públicas e das percepções dos sujeitos, como ponto de partida utilizamos as estruturas elementares formal, substantiva e simbólica das Políticas públicas proposta por Geraldo di Giovanni (2009) interligadas com a compreensão das categorias definidas como concebido, percebido e vivido discutidas por Lefebvre (1991), por David Harvey (2005) e adaptadas para os objetivos da análise de políticas. Como fundamentos teóricos dessa pesquisa, destacam-se a Educação Ambiental, a Agroecologia e as Políticas Públicas. Dialogamos com alguns autores como Caporal (2001, 2004 e 2009), Crivellaro (2008), Giovanni (2009), Gliessman (2005), Han e Hill (1993), Leff (2001), Loureiro (2005, 2006 e 2008), Mutim (2007 e 2018), Sorrentino (1998 e 2005). Deste modo, pela análise das duas políticas e pelas percepções dos sujeitos ficou evidente a necessidade da Educação Ambiental e a Agroecologia estarem interligadas. O trabalho demonstra que se configuram como interfaces dessas políticas os seguintes aspectos: discussão da relação entre sociedade e natureza; ações que garantam repensar os critérios sociais, ambientais, científicotecnológicos e econômicos nas políticas de desenvolvimento; discussões em torno da alimentação saudável. As especificidades estão relacionadas aos seguintes aspectos: a prática científica; ao campo de saber; às ações realizadas; aos processos educativos (formais e/ou não-formais. Por fim, compreendemos como as vivências nos diferentes espaços considerados para análise com os sujeitos - instituições de ensino, órgãos governamentais e movimentos sociais - são indutoras de aprendizagens à medida que se constituem como formativas, assim como a importância do diálogo entre os sujeitos desses espaços a fim de constituírem redes colaborativas, ações de cooperação e, sobretudo, fortalecer as estratégias educativas formais e não-formais articuladas de Educação Ambiental e Agroecologia. Destacando-se, dessa forma, o papel crucial dos Movimentos sociais e ambientais nos processos de formação dos sujeitos, nas lutas por direitos e consequentemente na formação da agenda de governo, bem como a participação nos processos de avaliação das políticas e na construção de novas estratégias de lutas.


Descrição
Palavras-chave
Educação Ambiental, Agroecologia, Políticas Públicas
Citação
PAIXÃO, Tereza Verena Melo da. Múltiplas dimensões da educação ambiental e agroecologia: interfaces e especificidades na análise dessa relação. Orientador: Avelar Luiz Bastos Mutim. 2020. 110f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade - Departamento de Educação Campus I, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2020.