Riscos biológicos relacionados à fumaça cirúrgica e medidas de biossegurança: uma revisão de escopo
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Resumo
Introdução: Diante da crescente utilização de tecnologias no âmbito da assistência à saúde, as unidades críticas como centro cirúrgico, utiliza-se de tecnologias necessárias ao tipo de assistência prestada, mas, algumas delas, agregam riscos à saúde da equipe multiprofissional. Nesse contexto, o bisturi elétrico está associado a esse tipo de tecnologia, quando gera a da fumaça cirúrgica (FC) que pode levar a comprometimento da saúde dos profissionais. Nesse sentido tem-se mostrado uma preocupação relevante na saúde ocupacional. A FC é composta por substâncias partículas químicas e biológicas que são potencialmente tóxicas e carcinogênicas, podendo causar desde sintomas agudos até agravos crônicos. Objetivo: Mapear os principais riscos para a saúde dos profissionais no ambiente cirúrgico, relacionados à fumaça cirúrgica e as medidas de biossegurança adotadas para a sua mitigação. Métodos: Trata-se de uma revisão de escopo seguindo as diretrizes do Joanna Briggs Institute (JBI) e itens do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) Checklist. Foram incluídos estudos primários, observacionais tipos: descritivo, corte transversal, mistos (experimentais e qualitativos) e excluindo revisões sistemáticas. As fontes de informação foram extraídas das bases de dados PUBMED, LILACS e EMBASE. A busca seguiu a estratégia PCC, em que P (População) foi composta por profissionais de saúde, C (Conceito): riscos biológicos relacionados à FC e medidas de biossegurança e o C (Contexto): ambiente de sala cirúrgica. Os dados foram extraídos utilizando um formulário estruturado contendo dados de identificação dos artigos e as variáveis: profissionais expostos à fumaça cirúrgica, equipamentos utilizados para mitigação dos agravos, medidas de biossegurança e controle e riscos selecionados, a fumaça cirúrgica no período da pandemia do COVID – 19, faixa etária (ou idade), sexo e tempo de serviço. Os resultados foram apresentados em quadros através de síntese qualitativa narrativa. Resultados: A revisão identificou 571 estudos, dos quais 8 atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos neste estudo. Os resultados evidenciam que os profissionais mais expostos à fumaça cirúrgica são, majoritariamente, enfermeiros atuantes em centros cirúrgicos. Os principais riscos relatados incluem irritação ocular e nasal, cefaléia, sintomas respiratórios e potencial desenvolvimento de doenças crônicas, como a DPOC. Também foram apontados riscos biológicos, como a possível presença de vírus, a exemplo do HPV. Embora o uso de máscara N95 e evacuadores de fumaça sejam as principais medidas de biossegurança recomendadas, a adesão a essas práticas ainda é limitada no âmbito nacional. Além disso, observou-se uma lacuna na literatura quanto às variáveis tempo de serviço, faixa etária e sexo dos profissionais expostos. Conclusão: Os estudos apontam que a fumaça cirúrgica representa um risco cumulativo à saúde dos profissionais, com potencial para causar doenças respiratórias. Apesar disso, medidas preventivas simples, como o uso de equipamento de proteção individual (EPI), tais como, máscara N95 e evacuadores de fumaça na sala cirúrgica, ainda são pouco adotadas no âmbito nacional. O fortalecimento do conhecimento científico sobre o tema é essencial para a implementação de protocolos e políticas eficazes de biossegurança.