Processos educativos no ilê àsé ôni ófélélé: ancestralidade, reciprocidade e empoderamento sociocultural
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Resumo
Esta dissertação tem como objetivo compreender os processos educativos desenvolvidos na Comunidade Tradicional Terreiro de Candomblé Ilê Àsé Ôni Ófélélé e entender de que maneira os processos educativos no espaço do terreiro se expressam em sentidos de ancestralidade, reciprocidade e empoderamento sociocultural. Esta pesquisa, portanto, diz respeito ao terreiro como um microcosmo de relações humanas, de gestão participativa e comunitária, pautado pelos valores civilizatórios africanos e afro-brasileiros e pela cosmologia nagô-yorubá. A metodologia desenvolvida foi o estudo etnográfico qualiquantitavo fundamentado pelo conceito de escrevivência cunhado pela intelectual Conceição Evaristo. Nesta pesquisa analisa-se o conhecimento transmitido e trocado por meio da oralidade e de práticas educativas fundamentadas pela ancestralidade a partir da aplicação de quarenta e cinco questionários organizados com perguntas objetivas e dissertativas, que foram aplicadas junto aos membros que participam ativamente da comunalidade. A presente dissertação considera como opções epistemológicas a apresentação e a valorização de diferentes narrativas e ciências, destacando, destarte, vivências e trocas como conhecimentos científicos e filosóficos, sem hierarquização de saberes. Ressalta-se ainda que tal estudo foi desenvolvido em diálogo com as diretrizes de trabalhos educativos estabelecidos pela Lei 10.639/2003, que evidenciam a necessidade de reconhecimento e pesquisas que propiciem reflexões sobre a história e memória de africanos e afro-brasileiros.