Esta dissertação tem como objetivo inventariar a produção acadêmica dos programas de pós-graduação no Brasil que abordam o Letramento Racial Crítico (LRC), no intervalo de 2003 a 2023. A escolha do marco inicial remonta à promulgação da Lei nº 10.639/03, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, representando um divisor de águas nas políticas educacionais antirracistas do país. A pesquisa parte da indagação sobre como o LRC vem sendo teorizado e operacionalizado no campo acadêmico, buscando identificar os autores mais recorrentes, os programas e regiões com maior concentração de estudos, os campos de conhecimento envolvidos e as lacunas ainda existentes. Como objetivos específicos, a investigação propôs-se a mapear os períodos de maior produtividade sobre o tema, classificar os tipos de produção científica, analisar a distribuição regional das pesquisas, identificar os autores mais citados, investigar as palavras-chave mais recorrentes e, por fim, elaborar um glossário didático que contribua com a inserção do LRC no contexto escolar. A metodologia adotada segue os moldes da pesquisa do tipo estado do conhecimento (BARDIN, 2010) com levantamento de dados no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). A dissertação se organiza em quatro capítulos: o primeiro dedica-se à fundamentação teórica sobre o Letramento Racial Crítico; o segundo, à descrição do percurso metodológico; o terceiro, à apresentação e análise dos dados coletados; e o quarto, à concepção do produto educacional. Como desdobramento prático e político deste trabalho, foi elaborado um Glossário de Letramento Racial Crítico, composto por 19 termos, este material propõe-se a ser um instrumento pedagógico e epistemológico que visa contribuir para que o Letramento Racial Crítico alcance as e os docentes da educação básica e o chão da escola brasileira.