Com base nos estudos de Rubin (1975, 1987), Oxford (1989; 2017), O'Malley (1990), Cohen (1998; 2018), Gomes (2018), Griffiths (2004), Chamot (2004; 2005), entre outros, este trabalho tem como objetivo estudar as Estratégias de Aprendizagem (EAs) utilizadas por professores brasileiros de espanhol em formação inicial, a fim de aprimorar a língua oral. Os objetivos específicos são: discutir as contribuições teóricas sobre EAs; identificar as EAs empregadas por esses futuros professores para melhorar o uso da língua-alvo em espanhol; analisar suas implicações para a fluência oral no idioma; e avaliar fatores que influenciam o uso das EAs. Em termos metodológicos, a pesquisa seguiu uma abordagem qualitativa e interpretativista. Para desenvolvê-la, contamos com a colaboração de quatro alunas do 4º período de um curso de Licenciatura em Letras – Língua Espanhola e Literaturas, matriculadas em uma universidade pública do estado da Bahia. Como instrumentos e recursos de geração de dados, utilizamos questionários semiestruturados, entrevistas individuais, relatos verbais e, de modo complementar, observações em sala de aula. Os resultados deste estudo revelaram que os participantes utilizaram as estratégias diretas (em especial as de memória e as cognitivas) e indiretas (metacognitivas, afetivas e sociais). O uso de estratégias de memória, como a dramatização de palavras novas, resultou em um aumento na frequência de utilização, as participantes passaram a incorporar recursos mnemônicos para fortalecer seu aprendizado. As cognitivas, como a repetição de palavras e a prática dos sons do espanhol, apresentaram crescimento moderado, evidenciando um esforço contínuo na internalização da língua-alvo. As de compensação, que incluem a substituição de palavras desconhecidas por sinônimos, o uso de gestos e adaptações linguísticas, mostraram um decréscimo ao longo do estudo. Esses resultados sugerem que as participantes passaram a depender menos desses recursos, adquirindo maior segurança no uso direto do idioma. Já sobre as indiretas, as metacognitivas foram cruciais para o planejamento e monitoramento do aprendizado, auxiliando na definição de objetivos e na avaliação contínua do progresso. As afetivas se mostraram importantes para lidar com sentimentos de ansiedade e insegurança, comuns no uso de uma língua estrangeira. As sociais facilitaram a interação com falantes nativos, promovendo uma aprendizagem mais prática e contextualizada. Concluímos que o desenvolvimento e a aplicação de EAs eficazes são fundamentais para o aprimoramento da língua oral em espanhol, sendo um diferencial no processo de formação docente. A pesquisa aponta que a integração sistemática das EAs no currículo de formação pode fortalecer a competência comunicativa dos futuros professores, proporcionando melhores condições de atuação profissional. Por último, destacamos a importância de um ensino que valorize o desenvolvimento da autonomia e da reflexão crítica sobre o próprio processo de aprendizagem.