Impactos na saúde mental das egressas negras do sistema prisional
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Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar os impactos do encarceramento na saúde mental de mulheres negras egressas do sistema prisional. A pesquisa parte da compreensão de que o encarceramento feminino no Brasil é atravessado por marcadores de raça, classe e gênero, evidenciando o racismo institucional como um fator central na seletividade penal. A partir de uma abordagem qualitativa, foram realizadas entrevistas com mulheres negras que vivenciaram o cárcere, cujos relatos revelam experiências de abandono, discriminação e violação de direitos, tanto durante o período de reclusão quanto no processo de reinserção social. Os resultados indicam que o racismo estrutural, somado à estigmatização da mulher ex-presidiária, compromete o acesso a direitos básicos, como trabalho, saúde mental e apoio social. O estudo conclui que o enfrentamento das desigualdades raciais e de gênero no sistema prisional exige a formulação de políticas públicas intersetoriais que promovam o cuidado integral e a escuta qualificada dessas mulheres, reconhecendo suas singularidades e trajetórias. Palavras-chave: encarceramento; mulheres negras; racismo; saúde mental.