O estudo analisa o processo de modernização da cidade de Piritiba, localizada no sertão baiano, durante as décadas de 1960 e 1970. A cidade nasceu com um projeto urbanístico e teve na ferrovia, implantada na década de 1930, um agente modernizador decisivo. A pesquisa investiga como a modernidade foi incorporada em um contexto conservador, revelando um processo de modernização conservadora, marcado por transformações urbanas como ruas pavimentadas, água encanada, iluminação pública e serviços urbanos, ao mesmo tempo em que se mantinham estruturas políticas tradicionais e relações de poder oligárquicas. Utilizando documentos, fotografias e relatos orais, o trabalho examina como a modernidade foi "sedutora", mas excludente, beneficiando elites locais e marginalizando a população pobre, que participou apenas como força de trabalho. A pesquisa também destaca a dificuldade de acesso a fontes e a escassez de estudos sobre a história regional baiana, buscando contribuir para a preservação da memória e para o entendimento das contradições do processo de modernização em uma cidade do interior da Bahia.