O papel que o algoritmo ocupa nas atividades humanas hoje, por fazer parte dos dispositivos digitais que todos carregam consigo em um cotidiano que tem como protagonistas o humano e a tecnologia digital é muito relevante – uma caracterização da cultura digital. Embora seja abundante em forma e função, a criação de um algoritmo não é elementar quanto pode parecer, pelo menos não é para alguns estudantes da área de Computação. Dadas as dificuldades que os estudantes apresentam em aprender os fundamentos deste conhecimento, o estudo aqui apresentado se propôs a responder a seguinte questão: como ensinar algoritmos e programação na perspectiva da aprendizagem colaborativa a partir das contribuições da educação, utilizando um Laboratório Remoto em um ambiente virtual de aprendizagem? O objetivo geral definido para atender a esta demanda foi desenvolver uma metodologia de ensino de algoritmos e programação, numa perspectiva de aprendizagem colaborativa com as contribuições da educação, utilizando um laboratório remoto em ambiente virtual de aprendizagem. Como objetivos específicos 1) Identificar as demandas de aprendizagem que conformam os processos de ensino de algoritmos e programação; 2) Caracterizar os processos de ensino de algoritmos e programação numa perspectiva de aprendizagem colaborativa com interface digital; 3) Avaliar características para compor uma metodologia de ensino de algoritmos e programação, a partir das contribuições da educação e fundamentação teórica que compõe a pesquisa. A investigação foi realizada com o aporte metodológico trazido pela pesquisa-aplicação em educação, também chamada de Design Based Research, que é uma metodologia fundamentada em design, e que constitui em si mesma um método. Dividida em fases, fortemente orientada ao contexto e pela teoria, a fundamentação teórica desenvolvida é parte da metodologia, de modo que, o desenvolvimento das categorias teóricas está incluído nos resultados alcançados da pesquisa. As bases teóricas foram fundamentadas em conceitos de Vigotski (2007) para aprendizagem, colaboração e interação social; Lefebvre (1995), Freire (2018), Habermas (2014) e Bakhtin (1997) para a epistemologia crítico-dialética da pesquisa e a dialogia; em Vieira Pinto (2005) e Simondon (2020) para a tecnologia; em Nonato (2020) para a cultura digital e em Cormen et al. (2002) e Robins (2019) para algoritmos e o ensino de algoritmos e programação. A metodologia criada foi apresentada a treze docentes e treze discentes do Bacharelado em Ciência da Computação, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, para avaliação de um protótipo, que evoluiu em seis iterações. A produção e a coleta de dados foram realizadas utilizando estas avaliações, por meio de um formulário eletrônico e grupo focal, online, o que permitiu chegar às seguintes conclusões: docente e discentes possuem concordâncias quanto à validade do conteúdo e à validade do construto, uma vez que há na avaliação dos dois grupos uma concordância quando às características apresentadas. Com a caracterização avaliada, o resultado teórico encontrado indica que a colaboração, o diálogo, os andaimes e a práxis, como parte de uma prática dialética da docência, são elementos essenciais para esta metodologia.